Mini-cursoLukács
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Mensagem  Ricardo Lara Ter Out 20, 2009 7:16 pm

Prezados companheiros e colegas de curso,
Registro os melhores sentimentos para um curso de debates, amizades e contatos. Vamos ao Lukács, nossa preocupação inicial.
Lukács, pensador que no inicio de sua vida questiona o mundo com uma “visão trágica da existência e uma crença na salvação messiânica” e ao longo do seu percurso teórico desenvolve a plena possibilidade de pensar a emancipação humana. Penso, em princípio, que é disso que se trata, ou seja, um saber teórico que agarra o mundo sempre percorrendo as possibilidades da crítica da sociedade burguesa.
Antes de entrar nas questões fundamentais (método histórico genético, cotidiano, trabalho, complexo de complexos) que o texto nos remete, penso ser interessante situar o autor no âmbito do pensamento mundial, a partir das etapas do desenvolvimento de sua obra. A trajetória de Lukács apresenta um caminho que tem como preocupação compreender o ser social e questionar a vida burguesa, sua trajetória, apresentada no texto, coloca seus questionamentos, em princípio romântica e messiânica e posteriormente crítica e revolucionária. Trajetória e posicionamento que vai do jovem Lukács com sua crítica romântica a vida social burguesa até uma propositura teórica que se diferencia da maioria dos intelectuais e revolucionários do século XX. Aqui surge uma questão importante, a sua teoria busca luz na realidade social, e não no campo particular de uma ciência autônoma, como boa parte do pensamento social do século XX fez, ou seja, a intelectualidade, em alguns casos, está distante de pensar a emancipação humana, as vezes tem ousado demais e teorizado excessivamente sobre o particular das “ciências autônomas” e não o particular do ser social, como bem ilustrou o texto do Giovanni no exemplo do Lukács sobre o automóvel. Creio que Lukács tem um percurso diferenciado, não por ser um marxista, mas pela sua trajetória teórica e política, disso resulta a sua preocupação teórica e seu posterior interesse em dar voz a textos fundamentais de Marx que foram esquecidos pelo marxismo do século XX. Para isso ele faz um esforço teórico de percorrer as nuanças e nexos causais de uma ontologia do ser social, ou seja, aproximar ao máximo a explicação da vida dos homens, as suas condições de existência, que no século XX coloca o fenômeno do estranhamento como necessidade crucial da critica, pensar o “capital em sua etapa tardia” é o desafio do nosso pensador, que não se contenta em fazer uma ciência particular, mas objetiva compreender as relações sociais a partir dos complexos de complexos... Portanto, em princípio, a primeira indagação que fica é: Como compreender a envergadura teórica de Lukács e não tratá-lo como sociólogo, filósofo, historiador...? Como situá-lo no debate teórico do século XX e não fazer dele uma especialista em estética, marxismo, cultura, trabalho...? Questões que não precisam ser respondidas de imediato, pois não temos ainda condições de respondê-las, mas penso que são questões que devem estar coladas ao estudo do teórico do século XX que passou a vida lutando e teorizando em busca da emancipação humana.
Um forte abraço a todos e bom curso!!
Ricardo Lara

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Mensagem  Mª Izabel da Silva Seg Out 26, 2009 9:28 pm

Prezado Ricardo Lara:
Bom dia, tudo bem?
Inicialmente quero dizer que é uma honra estar participando deste curso sobre a vida e obra de Lukacs, sobretudo pela coordenação do prof Giovanni e tbem com sua participação (bem sei que é um reconhecido estudioso deste autor).
A rspeito de sua mensagem posta, concordo plenamente, em relação a Lukács e sua conceituada/respeitada obra, qualifica-lo como sociólogo, filósofo, historiador .... a meu ver não é o mais oportuno e relevante no momento, penso que o principal é conhecer/apropriar-nos de sua obra, no sentido de favorecer a compreensão dessa realidade social (complexa e muitas vezes mascarada, com uma boa maquiagem a fim de confundir e nos cooptar), com vistas a emancipação humana. O fato dele ser marxista é relevante mas não o principal (até porque essa etiqueta hoje em tempos que parece vigorar o "pós-modernismo" as vezes encobre interpretações/conteúdos equivocados), a meu ver o principal é o seu legado, a sua trajetória de luta (e obra) em prol da emancipação humana, que possa inspirar/orientar nossas reflexões.

Um abraço sincero e votos de um ótimo curso!
Mª Izabel

Mª Izabel da Silva

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